Limeira: cidade registra 42 mortes de acidentes de trabalho em 10 anos

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Levantamento feito pelo Jornal de Limeira mostra que, entre os anos de 2003 e 2013, Limeira (SP) registrou 42 óbitos por acidente do trabalho, uma média de quatro mortes por ano, conforme os dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho, da Previdência Social.

Os dados do anuário, disponíveis até o ano de 2013, também mostram o número total dos incidentes, que tiveram crescimento de 225% em um década. Em 2003, foram 770, enquanto em 2013, o total saltou para 2.507 acidentes de trabalho, com e sem CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). O aumento foi gradual a cada ano, chegando, ao todo, a 18.782 ocorrências.

O número é preocupante, segundo sindicatos de categorias sujeitas constantemente a riscos. Presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Limeira, Artur Bueno Júnior, diz que o aumento de acidentes é perceptível em todos os setores. Ele considera, como um dos principais fatores, o aumento no número de trabalhadores terceirizados, sendo que, a cada dez acidentes de trabalho no país, oito ocorrem com terceirizados, conforme estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

“Todos os setores sentiram este aumento no número de acidentes. Mas infelizmente, muitas empresas ainda enxergam a prevenção como um gasto e não como investimento. Ou seja, preferem dar um EPI (Equipamento de Proteção Individual) para o trabalhador a eliminar um ambiente insalubre”, diz.

Presidente do Siticecom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Cerâmicas, da Construção Civil e Mobiliário de Limeira e Região), Ademar Rangel, divide a mesma opinião e acredita que muitos acidentes, principalmente no setor da construção civil, ocorrem devido ao baixo investimento em EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva), como pisos adequados, limpeza, iluminação e instalação elétrica.

“Essa é nossa briga e fazemos uma fiscalização diária. Percebemos que ainda tem aquelas empresas que só fazem se tiver a fiscalização em cima. Mas tem outras que também já se precaveram, porque o acidente de trabalho gera um prejuízo a todos os lados.”

Os sindicalistas também consideram outros fatores para o aumento dos acidentes, como o crescimento na produção, a redução do número de trabalhadores nas empresas (o que fez aumentar o trabalho de cada empregado), o registro de doenças do trabalho (que antes não entravam na categoria de acidentes) e mais facilidade para registrar os acidentes.

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, José Carlos Pinto, diz que os acidentes de trabalho não só cresceram, como são cada vez mais intensos e geram prejuízos irreversíveis à saúde do trabalhador. “O que se busca hoje é o lucro e a produtividade a qualquer custo, mesmo que esse custo seja a vida dos trabalhadores”, afirma.

“Temos casos de jovens de mais ou menos 20 anos, com seis meses a um ano de trabalho, já lesionados. Então, podemos dizer que essa preocupação das empresas ainda é muito tímida”, conclui.

REGIÃO
Também entre os anos de 2003 e 2013, Cordeirópolis registrou 11 óbitos por acidentes de trabalho. O total de acidentes passou de 77, em 2003, para 287, em 2013, um aumento de 272,7%. Em Iracemápolis, o total de óbitos foi menor. Foram registrados três óbitos no mesmo período. Já os acidentes passaram de 92, em 2003, para 122, em 2013, crescimento de 32%, o menor aumento percentual entre as três cidades.

Fonte: Jornal de Limeira

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