Condições precárias de trabalho de atletas brasileiros

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Em um país onde o jornalismo esportivo é focado principalmente na cobertura do futebol, com o término das olimpíadas, grande parte dos atletas brasileiros de diversas modalidades perde os holofotes da mídia e volta para a dura realidade de condições precárias de treino, falta de visibilidade, de apoio e patrocínio. Na edição desta semana do Podprevenir, programete de rádio na web sobre segurança e saúde no trabalho, o jornalista Juca Kfouri chama a atenção para a influência do sistema de educação do país nas condições de trabalho e desempenho desses profissionais. “Os nossos atletas são vítimas do sistema educacional brasileiro como a maioria da população, o que significa que eles têm pouca consciência da sua cidadania e direitos, submetendo-se a maus tratos e más condições de treinamento”, afirma.

Especialistas lembram que a formação esportiva não é prioridade nas escolas. Em 2012, uma pesquisa realizada pelo Ibope mostrou que 30% das escolas públicas brasileiras não possuem espaço destinado para a educação física. O levantamento, que ouviu professores e diretores de quase 500 escolas pelo país, identificou também a falta de um programa de ensino de qualidade para a disciplina, considerada fundamental para o desenvolvimento do esporte educacional.

Não são poucos os atletas que dependem do apoio da família, de projetos sociais ou buscam ajuda financeira pela internet para pagar passagem, alimentação e hospedagem em torneios. Outra reclamação comum é a falta de equipamentos e de espaços apropriados para treinos. Kfouri alerta que até hoje o Brasil não tem uma política de esporte para democratizar o acesso da população, descobrir e incentivar novos talentos, além de promover a saúde e bem-estar. “Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a cada dólar investido em esporte, o País economiza três dólares em saúde”, lembra o jornalista.

Os jogos olímpicos também colocaram em evidência a precariedade das condições de trabalho de centenas de funcionários de empresas contratadas, expostos a jornadas excessivas, sem pausas para descanso e alimentação.

Disponível ainda na versão mobile, o Podprevenir, programete de rádio na web sobre segurança e saúde no trabalho pode ser acessado pela endereço www.podprevenir.com.br

Vídeo
No canal de vídeos do site, o destaque é o documentário Silicose, produzido pela Fundacentro. O audiovisual mostra as medidas de controle nos ambientes de trabalho que devem ser adotadas para evitar a exposição dos trabalhadores à poeira de sílica, um mineral presente em diversas atividades como matéria-prima ou subproduto de operações industriais. A falta de medidas preventivas pode causar a silicose, uma doença irreversível e progressiva, que vai reduzindo a capacidade pulmonar até a morte do trabalhador.

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