Descaso com a eletricidade é o que mais mata na construção civil
A construção civil é o setor com maior índice de acidentes. No ranking de lesões, as quedas e ferimentos nos membros superiores (mãos) são os mais frequentes entre os trabalhadores. Já nos casos de óbitos, os registros mostram a eletricidade como um dos principais motivos, segundo o MPT (Ministério Público do Trabalho). Em geral, são 450 mortes todos os anos (CNAES/INSS).
Segundo o engenheiro eletricista Fábio Amaral, diretor da Engerey painéis elétricos, na grande maioria das construções os equipamentos elétricos utilizados são ligados em fios soltos, desencapados e espalhados, o que aumenta o risco de choques elétricos, curtos e incêndios nos canteiros de obras. “Há soluções simples que podem evitar acidentes. Uma saída é a utilização de quadro de tomadas que impedem que os fios fiquem dispersos nas obras, gerando menos riscos de choques, queima e perda de equipamentos e até acidentes mais graves”, explica.
Para atender a NR-10 (Norma Regulamentadora), que estabelece requisitos para a garantia da segurança em instalações e serviços com eletricidade, o engenheiro recomenda o uso dos painéis de tomadas, pensando na segurança dos profissionais do setor. “Os painéis contém, além das tomadas industriais e/ou tomadas NBR 14136, dispositivos de proteção contra fuga à terra denominados DRs, que além de proteger a ligação de máquinas e equipamentos diversos, também são proteções a vida. Além de segurança, esses painéis proporcionam mobilidade, já que o painel pode ser utilizado em diversos locais de obras”, explica.
Segundo o estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho), o Brasil ocupa o 4º lugar em relação ao número de mortes, com 2.503 óbitos. O país perde apenas para China (14.924), Estados Unidos (5.764) e Rússia (3.090).
“É importante que haja a preocupação das empresas em planejar e analisar os riscos nas obras para a prevenção de acidentes, com o objetivo principal de evitar perda de vidas humanas, danos à saúde do trabalhador, além de prejuízos ambientes e materiais”, conclui Amaral.