Dia Mundial do Combate às LER/DORT: dados mostram aumento de lesões no trabalho

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No dia 28 de fevereiro é celebrado o Dia Mundial do Combate às LER/Dort (Lesões por Esforços Repetitivos / Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho). E nesse período a  Fundacentro elaborou pesquisas que fazem um levantamento das lesões e doenças relacionadas ao trabalho que mais tem atingido os trabalhadores, no período de 2006 a 2016.

Uma das pesquisas, tendo como fonte de informação o Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS) de 2016, que apesar de se restringir apenas aos segurados do Seguro de Acidente do Trabalho, continua sendo considerada devido à sua abrangência nacional. No AEPS foram encontradas inconsistências nos dados, especialmente no que se refere às doenças associadas às LER/Dort.

 

Os números da LER/Dort em 10 anos

Em 2006, as doenças que mais foram registradas eram a Dorsalgia, lesões de ombro, Sinovite e Tenossinovite, outras entesopatias e mononeuropatias representando 16.981 ou 56,28% das doenças ocupacionais com CAT, pois não havia sem CAT. O que ocorria eram erros que levavam às fraturas e amputações, mas menos significativo.

Em 2007, foram registradas 12.695 doenças relacionadas a LER/Dort, ou 56,74%, com CAT, e 54,30%, ou 76.618 dos AT (acidentes de trabalho) e DO (doenças ocupacionais) sem CAT. Já em 2008, 11.931 doenças foram registradas, ou 58.61% com emissão de CAT. Sem CAT foram 91.265, ou 44,53% dos AT e DO sem CAT.

No ano de 2009, com emissão de CAT foram 11.210, ou 57,28% e sem CAT, 76.582, ou 38,46% dos AT e DO sem CAT. Em 2010, com CAT= 8.316=48,41% e sem CAT= 39357 = 21,90% dos AT e DO sem CAT. No ano seguinte, com CAT=9.291=55,17%, sem CAT=64.049=36,24% dos AT e DO sem CAT. Em 2012, com CAT= 7.461 = 44,15%, sem CAT=50.708=30,22% dos AT e DO sem CAT.

No ano de 2013 há uma queda abrupta nos dados apresentados. Das doenças com CAT houve somente 197 registros, ou 1,15% e sem CAT, 2.628 ou 1,62% dos AT e DO sem CAT.

Em 2014, há um aumento significativo: registro com CAT= 9.507=54,02% e sem CAT=51.874=35,04% dos AT e DO sem CAT.

E por fim, nos anos de 2015, com CAT – 4.455- 28,95% e sem CAT – 17.548 – 15,31% dos AT e DO sem CAT e em 2016 novamente com erro nos registros, com o número de 513, ou 4,10% das doenças com CAT e 3.990, ou 3,83% dos AT e DO sem CAT.

Em novembro de 2017, a médica da Fundacentro da Bahia, Cristiane Maria Galvão Barbosa participou de audiência pública onde o tema abordado foi o “Adoecimento no setor bancário”. Os resultados obtidos mostram um progressivo adoecimento dos trabalhadores bancários por doenças osteomusculares e transtornos mentais, associado à exposição a fatores de riscos presentes no ambiente de trabalho de natureza ergonômicos, biomecânicos e de assédio moral.

Além da Fundacentro, a construção do documento contou com a coordenação do Ministério Público do Trabalho, congregando o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, a Superintendência Regional do Trabalho do Estado da Bahia – Ministério do Trabalho, o Instituto Social de Previdência Social, a Diretoria de Vigilância e Atenção à Saúde do Trabalhador/Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador – Cesat, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Salvador – Cerest Salvador, a Federação dos Bancários do Estado da Bahia e Sergipe e o Sindicato dos Bancários da Bahia.

 

Fonte: Fundacentro – Alexandra Rinaldi 

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