Estudo revela sentimento de exclusão do trabalhador acidentado

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Por trás das estatísticas de acidentes de trabalho existe uma realidade invisível aos olhos da sociedade: a percepção do trabalhador após sofrer um acidente de trabalho. Com o objetivo de mostrar o que pensa e sente o trabalhador acidentado, o engenheiro de segurança e psicólogo, José Antonio Botelho de Araújo, entrevistou 13 operários da indústria da construção civil de São Luís do Maranhão, que sofreram lesões graves no período de 1981 a 2015.

Para todos os entrevistados, de acordo com Botelho, o acidente de trabalho significou uma ruptura dramática no curso da vida, um evento divisor de águas acompanhado de muito sofrimento com impactos não apenas na saúde, mas também nas condições de vida do acidentado e de seus familiares. “Eles já não sabem quem são e sentem saudade do que foram; tentam se recuperar, mas os obstáculos são muitos; sentem-se desamparados em um mundo que não os reconhecem nem como trabalhadores e nem como cidadãos”, explica o engenheiro.

O relato dos trabalhadores também mostrou o longo percurso para ter acesso aos serviços públicos desde os primeiros socorros, tratamentos de saúde, dificuldades na busca dos direitos previdenciários e também na Justiça do Trabalho. Botelho chama a atenção para o depoimento de um dos operários ao afirmar que pouca coisa mudou desde que sofreu o acidente há 35 anos.

Na edição desta semana do Podprevenir, podcast sobre segurança e saúde no trabalho, o engenheiro de segurança dá os detalhes do estudo, que foi tema da sua dissertação de mestrado no curso de pós-graduação da Fundacentro. Disponível também na versão mobile, o Podprevenir pode ser acessado pelo endereço www.podprevenir.com.br.

Documentário – O canal de vídeos do site do Podprevenir traz nesta semana o documentário “Minas de Carvão: a Vida no Subsolo”, produzido pelo Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina (TRT-SC). O audiovisual mostra o arriscado e penoso trabalho nas minas de carvão de Criciúma, no sul do estado. São trabalhadores que cumprem jornadas a mais de 100 metros da superfície expostos a diversos riscos, entre eles, uma grave doença pulmonar ocupacional causada pela inalação de poeiras inorgânicas: a pneumoconiose.

 

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