Por dia, 11 crianças são vítimas de acidentes de trabalho

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A cada dia, pelo menos 11 crianças se acidentam trabalhando. Parte delas sofre mutilações, marcas que ficarão para toda a vida. No período de 2007 a 2018, 43,7 mil crianças e adolescentes, de cinco a 17 anos, foram vítimas de acidentes graves no trabalho. Mais de 500 tiveram a mão amputada e 261 delas não resistiram e morreram, segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde.

No Brasil, mais de 2,4 milhões de crianças e adolescentes, de cinco a 17 anos, são vítimas do trabalho precoce. Não são apenas números. É uma parte da infância que está sendo `roubada’. “Os dados são chocantes, mas o número de vítimas é muito maior, já que os dados de acidentes consideram apenas os registros oficiais”, alertou o procurador do Trabalho Raulino Maracajá.

Para tentar mudar essa realidade, o Ministério Público do Trabalho (MPT) – em parceria com a Prefeitura de Campina Grande, Paraíba, e o apoio de entidades parceiras, como o Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil (Fepeti-PB) e o FNPETI – lançou no dia 05 de junho, na Vila Sítio São João, a Campanha 2019 de Combate à Exploração do Trabalho Infantil. O evento iniciou as ações preventivas no evento “Maior São João do Mundo”, em Campina Grande e fez o chamamento para o 12 de junho, Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.

O procurador lembrou que, em grandes eventos, como o São João – a principal festa da cultura regional no Nordeste – o trabalho infantil tende a aumentar, inclusive a exploração sexual comercial. “Esta, além de ser crime, é considerada pela Convenção 182 da OIT como uma das piores formas de trabalho infantil”, observou. “A ideia da campanha foi sensibilizar, mobilizar a sociedade e órgãos públicos para que tomem consciência da exploração precoce do trabalho e assumam sua responsabilidade no combate”, ressaltou Maracajá.

O procurador enfatizou que, com baixa escolaridade, jovens egressos do trabalho infantil não terão boas oportunidades de inserção no mercado de trabalho. Sem formação e sem emprego, ficam mais vulneráveis, mais próximos da criminalidade e mais longe dos seus sonhos.

“É esse ciclo de pobreza e de exploração que precisamos vencer. Por isso, convocamos toda a sociedade, artistas, cantores e a imprensa para reforçar esse `grande time’ contra o trabalho infantil”, afirmou, acrescentando que esse trabalho de prevenção e combate deve ser contínuo e não somente no período junino.

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