Sabor amargo: o trabalho infantil e escravo na indústria do chocolate

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Ministério Público do Trabalho e a Organização Internacional do Trabalho divulgaram no final de novembro uma pesquisa e um documentário que revelam: o chocolate comercializado e consumido no Brasil pode ter, em sua origem, o gosto amargo do trabalho infantil e do trabalho escravo. A audiência foi o primeiro passo para estabelecer um diálogo com todos os envolvidos na cadeia produtiva do cacau no país, para construir soluções conjuntas contra as violações aos direitos humanos identificadas.

Para a procuradora regional Margaret Matos de Carvalho, que coordena o grupo de trabalho sobre o tema no MPT, “quem é parte do problema tem que ser parte da solução”. Ela aponta que inicialmente serão convocadas as três empresas processadoras do cacau do país para que, entre outras medidas, implementem um programa de monitoramento efetivo e transparente da cadeia produtiva.

“Vamos convocar as empresas do topo da cadeia para audiências a fim de verificar se há interesse delas de, espontaneamente, buscar a solução desse problema”, afirmou a coordenadora nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente, do MPT, procuradora Patrícia Sanfelici, que presidiu a audiência pública.

A representante da OIT, Maria Cláudia Falcão, também destacou os compromissos internacionais firmados pelas próprias empresas para garantir a dignidade nas relações do trabalho, na promoção do trabalho decente, e colocou a organização à disposição das empresas para prestar auxílio técnico em busca desse objetivo.

“O que não podemos permitir é a continuidade do trabalho infantil e do trabalho escravo sem que haja nenhuma responsabilidade de quem lucra com essa produção. Não se trata somente de uma compensação financeira, mas também da necessidade de alterar o seu modo de operação dentro dessas relações comerciais”, reforça a procuradora Margaret Matos.

A procuradora também defende que os governos da Bahia e do Pará devem adotar medidas para que os respectivos recursos dos Fundos Estaduais de Fomento ao Cacau cheguem à base da cadeia produtiva, que mais necessita desse incentivo econômico.

“Espero que essa pesquisa e esse documentário tragam resultados para mudar essa realidade triste que constatamos”, disse o pesquisador Marques Casara, diretor-executivo da organização Papel Social, que conduziu o levantamento e produziu o documentário.

Acesse aqui o documentário e aqui a pesquisa completa.

1 Comentário
  1. Bartolomeu diz

    Investir em educação é a solução!!!. a foto desta criança carregando um peso além de sua capacidade, é criminoso,mais o que podemos fazer para dimunuir, e investir em Educação, nosso país está atrasado há mais de 60 anos,é muita discussão, pesquisa, e pouco produtivo, devemos desde já implantar sistemas de educação que ponham acriança desde os 3 anos numa escola integral turma “A” das 7:30 ás 17:30,com intervalo para refeição e descanso,de 2ª a 6ª feira,com prática de esportes, e música. Remunerar melhor o Professor. A minoria, lógico, é impossível acabar com este crime,mais iremos ser duros nas penas de trabalho infantil apartir dos 3 anos,pena de 25 anos em regime fechado sem direito a indultos,ou progressão de pena

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