O plano do governo para ampliar e modernizar a malha ferroviária brasileira e estimular a população a trocar o ônibus pelo trem parece estar dando certo. Para se ter uma ideia, o número de vagões produzidos no ano passado, em relação a 2013, cresceu 106%, foram 4693 contra 2268. O período registrou também um salto de 70% na quantidade de carros de passageiros fabricados, passando de 219 para 374, de acordo com levantamento feito pelo Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários). Em termos de faturamento, tem-se R$5,6 bi no ano passado, contra R$4,5 bi em 2013, segundo dados da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária).
Considerando os resultados acima, está claro que o momento é de contratação no segmento, contrariando o que boa parte das pessoas classifica como ‘’difícil conjuntura do país. ’’
Mas para ingressar no setor é necessário qualificação, uma conquista atrelada à certificação profissional, uma forma de atestar a competência do trabalhador, elevando o seu nível de confiabilidade justamente por assegurar que ele segue padrões estabelecidos por normas técnicas e regulamentadoras.
Atenta a essa realidade, a Abendi (Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção) acaba de lançar o processo de certificação no Nível 1 do método de Termografia, uma das principais técnicas de inspeção empregadas na área. A ferramenta avalia, por exemplo, as condições dos equipamentos e alimentadoras das subestações de trem.
‘’A utilização da termografia evita a ocorrência de defeitos de origem térmica, que podem resultar na destruição parcial ou total das máquinas e, em muitos casos, provocar a paralisação da operação comercial. Com essa técnica, também reduzimos em 10% nosso custo de um equipamento destruído pela ação de altas temperaturas’’, explica o técnico do Metrô, Márcio Satoshi Torii.
A certificação garante que os trabalhos realizados nas empresas terão efetivamente um padrão de qualidade por parte do profissional responsável, além das salvaguardas legais associadas a qualquer tipo de atividade técnica. O processo surgiu do apoio e da visão de representantes de grandes empresas, como Metrô e Furnas.
‘’Nesse momento em que o país se volta para o setor ferroviário, com projetos de ampliação da malha, desenvolvimento de trens de alta velocidade, trens regionais, TAVs e monotrilhos, o trabalho de qualificação surge como fator importante. Mais do que nunca precisamos ter profissionais à altura das novas estruturas, conhecedores das normas técnicas, aptos a trabalhar dentro dos conceitos de sustentabilidade, saúde e segurança’’, acrescenta o diretor executivo do Simefre, Francisco Petrini.
Como se certificar
Os profissionais de Termografia são classificados em três níveis crescentes de competência. Para se certificar em qualquer nível, os candidatos precisam atender a alguns requisitos preestabelecidos, como grau de escolaridade, aptidão física, horas de treinamento e experiência profissional comprovada para garantir o entendimento dos procedimentos das medidas e análises termográficas. Com relação à escolaridade e à experiência profissional, é exigido diploma de conclusão de Ensino Técnico de Nível Médio. Por enquanto, a Abendi só disponibiliza a certificação para N1.
Inscrição
Os profissionais interessados devem acessar o site da Abendi, preencher a ficha de solicitação, e encaminhar à associação cópias do RG, CPF, diploma escolar, acuidade visual, foto 3 X 4 e atestado de treinamento: www.abendi.org.br.
