As festas juninas e as férias além proporcionar a diversão, também significam redobrar as atenções quando o assunto é a utilização de fogueiras para aquecimento em um camping ou mesmo para adornar as localidades, como grandes espaços abertos com barracas e aglomeração de público.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), 90% dos incêndios têm origem e motivação humana: “O descuido das pessoas fazendo fogueiras em acampamentos, jogando bituca na beira da estrada, ou queimando lixo é algo que pode ser evitado e minimizado com a conscientização”, comenta coronel QOBM AntonioHiller, comandante-geral do CBMPR.
Dados mostram ainda que houve uma queda de 40% nos focos de incêndio nos primeiros quatro meses de 2025 no estado em relação ao mesmo período do ano passado, reforçando o alerta para o segundo semestre do ano,quando a combinação de vegetação seca e geada ocorrem, com consequência ao favorecimento da propagação do fogo.
Conscientização
Para conscientizar a população, em especial os mais jovens, a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas) em parceria com diversas instituições e órgãos de entidades públicas e privadas difundiram a campanha 2025 de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, com ações educativas.
A campanha começa no período de seca no Paraná, entre junho a outubro, mas não deixa de ser uma preocupação contínua. “Para o setor florestal, a prevenção a incêndios florestais exige a maior atenção, porque nosso patrimônio chega a 1,17 milhão de hectares de florestas plantadas, envolvendo riscos para florestas, animais e vidas humanas”, assinala Fabio Brun, presidente da APRE Florestas, ao Jornal de Beltrão.
Balões e fogos de artifício
Além das fogueiras, os balões também são uma demanda. Major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), enfatiza que esses objetos representam riscos às áreas urbanas, florestas e aviação. “São responsáveis por inúmeros incêndios urbanos e nas florestas, causando perdas materiais e destruindo a vegetação. Também representam um grande perigo à aviação, pois envolve a chance de colisão ou de sucção pelas turbinas das aeronaves, um risco alto de acidentes”, alerta o militar, à Agência Brasil.
O 3º Grupamento de Bombeiros Militar de Corumbá, MS, também reforça o alerta sobre os cuidados de fogos de artifício. “Mesmo artefatos considerados inofensivos podem causar ferimentos graves. Já os de maior potência, a recomendação é utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), como óculos e luvas, e realizar a queima em locais abertos”, salienta sargento André Eduardo Marti, do grupamento, ao Diário Corumbaense.
Alerta das concessionárias de energia
Uma pesquisa da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), que representa 42 concessionárias responsáveis pelo atendimento a mais de 90 milhões de domicílios brasileiros, a partir de dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), revela que, em 2023, 47 mil quedas de energia elétrica foram provocadas por incêndios e queimadas, aumento de 21% em comparação a 2022.
Neste ano, a Abradee conta com a campanha Zero Acidentes, site com vídeos informativos sobre cuidados com a rede elétrica, inclusive com a instalação das tradicionais bandeirinhas juninas na rede elétrica, por exemplo.
“O período marcado por celebrações tradicionais também é o momento de atenção e reflexão sobre algumas práticas que colocam em risco pessoas e a rede elétrica. Comportamentos como soltar balões ou montar fogueiras perto dos postes, podem trazer consequências graves e até irreversíveis”, finaliza, à Agência Brasil, Marcos Madureira, presidente da Abradee.
