Se as parcerias entre bombeiros e diversas entidades, públicas e privadas, já auxiliam em demasia as ações de combate às queimadas, quem atua diretamente no campo, como lavradores e pessoas moradoras de pequenas habitações rurais, também fortalece esse laço a favor do meio ambiente.
Um bom exemplo vem das ações dentro das escolas, assunto recorrente aqui em Cipa & Incêndio. Na Bahia, por exemplo, foi lançado o Programa Educacional Bombeiros na Escola (PROEBOM), uma iniciativa da Secretaria da Educação do Estado (SEC), em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA). O foco é promover formação cidadã e preventiva entre os jovens.
A previsão é de que mais de 1,9 mil estudantes sejam atendidos, com palestras educativas e interativas, práticas e simulações de emergência. “Estamos aproximando o Corpo de Bombeiros da comunidade escolar, apresentando a carreira e mostrando que qualquer estudante, ao concluir o Ensino Médio, poderá se tornar um bombeiro militar”, frisa a tenente-coronel Ana Fausta, Idealizadora e coordenadora do programa.
Preservação no Pantanal
No Mato Grosso, a integração bombeiros (CBMMT) e comunidade reduziu os focos de calor em mais de 96% no Pantanal. O exitoso feito foi constatado por meio de um levantamento do Programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com base de dados via satélite.
Segundo o estudo, entre o início do período proibitivo para o uso do fogo no Pantanal (1º de junho) e a primeira quinzena de setembro de 2025, foram registrados apenas 113 focos ativos de calor e no mesmo período de 2024, a conta chegou a 2.697 focos, ou seja, uma queda significativa.
A fórmula conscientização, educação ambiental, prevenção e monitoramento é um dos pontos trabalhados pela corporação, bem como a instalação de uma Sala de Situação Descentralizada, em Poconé, com satélites em tempo real, o que também contribui para agilizar as ações.
“Nossa atuação nas áreas rurais inclui visitas técnicas, capacitações e orientações sobre a construção de aceiros nas propriedades rurais. Estes devem ter entre 20 e 40 metros de largura, enquanto nas divisas entre propriedades, cada imóvel é responsável por construir seu próprio aceiro, com largura mínima de 10 metros e máxima de 20 metros. A medida é obrigatória e objetiva conter a propagação do fogo”, explica o capitão BM Adilson de Arruda, comandante do 1º Pelotão Independente Bombeiro Militar, em Poconé.
Acordo contra o fogo no setor agro
Já em Minas Gerais, o Governo estadual, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), assinou com o setor produtivo do agronegócio mineiro um Protocolo de Intenções, visando a prevenção de incêndios nos meios rurais.
O momento é crucial e reforça o alinhamento em estratégias de comunicação, educação ambiental e políticas públicas voltadas à sustentabilidade, criando uma rede colaborativa entre governo, produtores e sociedade civil para esse enfrentamento.
Somente nos meses de agosto e setembro de 2024, o impacto financeiro estimado com os incêndios no meio rural alcançou R$ 1,2 bilhão. Os dados são da Emater-MG, que contabilizou que no período 305 mil hectares foram atingidos pelo fogo em todo o estado, o que engloba matas nativas, florestas plantadas, plantios de cana-de-açúcar, café, fruticultura, pastagem e outras culturas.
“Sabemos da diversidade do nosso estado e como isso impacta no agro. Nada mais justo, portanto, do que o corpo de bombeiros, como a instituição responsável por fazer a prevenção e o combate a incêndio, estar junto com esse setor”, ressalta coronel Jordana Filgueiras, comandante geral do CBMMG.
Foto: CBMMT
			        

												