Quem passa o dia todo digitando sentado no escritório tem como principal queixa dores nas mãos, dedos, coluna – por passar boa parte do tempo nessa posição – e, pior, está passível de problemas ergonômicos, descritos na Norma Regulamentadora 17 (NR-17), e também de questões que podem até afetar o emocional.
Isso é o que aponta várias pesquisas, como a da plataforma de currículos Online currículo, divulgada pela Você S/A, mostra que 68% dos brasileiros sentem com frequência dor física por conta do trabalho.
Para piorar, 51% dos respondentes alegam que não recebem por parte dos empregadores nenhum incentivo, suporte ou benefício para lidar com esses problemas, recorrendo a ações próprias para sanar uma dor. Sabemos que esse cenário não é unanime: o levantamento aponta ainda que 52% defendem pausas regulares para alongamento ou descanso sugeridas e incentivadas pelas empresas que têm programas de bem-estar implantadas na rotina.
Corpo, mente e emoções
A ergonomia, uma ciência adaptativa, é considerada uma das chaves para a melhoria desses aspectos, indo além do físico, mas incorporando domínios cognitivos e organizacionais, respeitando características anatômicas, fisiológicas e biomecânicas de cada pessoa.
Segundo Clóvis Paroni, médico do trabalho e presidente da Paromed, especializada em SST, ao Você RH, o posto de trabalho é o ponto que precisa ser adaptado, com cadeiras adequadas a cada indivíduo e equipamentos ideais, além de ser um local participativo, interativo e de escuta ativa, entendendo as individualidades de todos os colaboradores, para uma jornada produtiva, e principalmente, sem prejudicar a saúde.
Ginástica laboral
Pausas, movimentos durante o trabalho e a ginástica laboral são algumas das atividades que devem ser feitas e, em especial, estimuladas dentro do ambiente de trabalho, por parte de departamentos, como o de Recursos Humanos e CIPA.
Na Paraíba, a Secretaria da Segurança e da Defesa Social (Sesds) conta com uma agenda de atividades de ginástica laboral, como parte do Programa Vida Ativa, desenvolvido pelo Núcleo de Saúde Ocupacional (NSO) no estado, nas manhãs de terças e quintas-feiras. Os servidores têm a oportunidade de fazer exercícios leves, em torno de 15 minutos, conduzidas por um educador físico.“A prática contribui para melhoria da postura, aumento da flexibilidade, circulação, redução do estresse e prevenção de lesões. Além disso, busca estimular a interação entre colegas, ampliar a disposição física e favorecer o foco e o desempenho no trabalho”, informa comunicado.
Já no Pará, o grupo de comunicação O Liberal promoveu durante a 33ª Semana Interna de Prevenção a Acidentes (Sipat) uma dinâmica de ginastica laboral, que envolveu exercícios de mobilidade e alongamento, como cervical, tórax, peitoral, punhos, antebraço e pernas.“O ideal é que a ginástica laboral seja realizada de duas a três vezes por semana, criando uma rotina. É fundamental valorizar o trabalhador. O mundo está muito acelerado, e o corpo precisa de pausas”, comenta Antonio Cardoso Junior, professor de educação física, que aplicou a atividade.