O Corpo de Bombeiros de São Paulo (CBPMESP) está elaborando e em breve lançará uma normativa própria – em princípio, com recomendações –, para a instalação de pontos de recarga de veículos elétricos em garagens de edifícios residenciais e comerciais.
O anúncio foi feito durante o seminário Caminhos da Eletromobilidade Urbana em São Paulo (íntegra disponível aqui), realizado no Memorial da América Latina, em setembro, uma realização da Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas (SECLIMA), da Aliança ZEBRA, coliderada pela C40 Cities, do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT) e da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
A norma entra no debate da diretriz nacional publicada recentemente pelo Ligabom (Conselho Nacional dos Comandantes de Bombeiros), que sugere requisitos desses carregadores em garagens fechadas. “Deixo claro que são recomendações, verificando os parâmetros que cada estado possui. No caso da regulamentação paulista,ela não irá necessariamente seguir todos os itens da nacional, já que é preciso mudar outras diretrizes já em vigência e, para isso, são encaminhadas para uma consulta pública”, salientou o capitão Renato Adashi, do CBPMESP, em sua apresentação.
Diretrizes para recarga elétrica
Segundo a nova instrução dos Bombeiros de São Paulo, replicada pelo site Inside EVS, se faz necessário seguir as instruções da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), sendo que as principais são NBR 5410 (instalações elétricas de baixa tensão); NBR 17019 (requisitos para instalações em locais especiais – alimentação de veículos elétricos) e NBR IEC 61851-1 (sistema de recarga condutiva para tais veículos), bem como a responsabilidade técnica dos instaladores para sua aplicabilidade.
“Essa medida dos Bombeiros de São Paulo dará uma orientação clara aos síndicos e administradores prediais sobre como instalar equipamentos de recarga, além de ampliar a segurança de toda a garagem”, arrematou Ricardo Bastos, presidente da ABVE, ao site.
Liderança nacional em descarbonização
De acordo com a prefeitura, a cidade de São Paulo é considerada líder no país em descarbonização do transporte público, com destaque para a modernização da frota, orçada na casa de R$ 6,6 bilhões na aquisição de veículos elétricos, sendo que cada ônibus eletrificado está em R$ 2,4 milhões.
Por meio da Política Municipal de Mudança do Clima, a capital deixa de emitir 10,4 mil toneladas de gás carbônico (CO₂) na atmosfera por ano, em comparação a unidade movida a diesel, que emite em média 87 toneladas/ano. Cada novo ônibus elétrico é equivalente ao plantio de 6,4 mil árvores e também deixa de consumir 35 mil litros de diesel anuais no município, informa a prefeitura.
De acordo com dados do Departamento Estadual de Trânsito de SP (Detran-SP), publicados pelo g1, a frota de veículos elétricos e híbridos teve alta de 202,9% na Grande São Paulo nos últimos cinco anos: em 2019, havia 21.507 carros do tipo na região, já em maio de 2025, 65.145 foram registrados pelo Detran.
