Uma pesquisa do Sebrae mostrou que das 18.056 startups mapeadas, sendo São Paulo com a maioria da fatia (1.191), 11,16% delas atuam no segmento de saúde e bem-estar. Outros levantamentos enumeram que os estados com maior concentração de trabalhadores de Tecnologia da Informação (TI) estão no Sudeste e Sul, encabeçados por São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que juntos reúnem mais de 60% dos profissionais do país.
Eis que surge a pergunta: como anda a saúde e segurança dessa massa trabalhadora na área de tecnologia, que justamente pode sofrer acidentes que vão desde lesões ortopédicas até a saúde mental, como estresse excessivo e Burnout?
Para Jackson Galvani, empresário no mercado de tecnologia e presidente do instituto HDI-Brasil no Espirito Santo, são muitas as demandas, como a sobrecarga e pressão por resultados imediatos e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. O especialista argumenta que com modelos trabalho muito voltados ao home office e híbrido, essas pessoas enfrentam dificuldades de ‘se desligar’ fora do expediente, além de a digitalização acelerada, como os avanços da inteligência artificial, levou a busca por soluções ágeis e suporte ininterrupto.
Galvani, em artigo para a Folha Vitória, destaca ainda que, muito embora a grandiosidade das exigências, esses profissionais estão numa área de crescimento exponencial, pois além de oferecer remunerações competitivas, a carreira é marcada por um ambiente dinâmico e com possibilidades repletas.
Tecnologia e a valorização da CIPA em startups
Mesmo em ambientes híbridos, em que as jornadas são mescladas entre a casa e o escritório, o papel da CIPA (Norma Regulamentadora 5 – NR-5) é determinante para lidar com questões complexas em SST, como o assédio, por exemplo.
Para Lucas Bezerra, advogado e consultor jurídico para startups e empresas de tecnologia, é essencial a criação de um código de conduta claro e acessível, que inclua exemplos práticos para facilitar o entendimento e evitar interpretações subjetivas, bem como políticas de conscientização entre os times, organizando workshops e palestras, além de implementar canais de denúncia anônimos e seguros, produção de protocolos e relatórios bem adequados, e a aplicação prática desse ciclo.
“A cultura de uma empresa não se constrói apenas com discursos, mas sim com ações concretas. Ter políticas bem estruturadas, oferecer treinamentos contínuos e garantir canais seguros para denúncias são medidas essenciais para prevenir e lidar com o assédio no ambiente de trabalho”, endossa o advogado.
Um exemplo vem da fintech PicPay, que conta com equipe de CIPA que acompanha o desenvolvimento de Mapas de Risco em cada sede, garantindo que as informações sobre SST estejam atualizadas e acessíveis, além de planos preventivos e destaque para a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT), em parceria com o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).
Em 2025, o tema do evento foi Segurança em Sincronia, uma integração e interação entre os colaboradores, que participaram de atividades como jogos, desafios online, sala ergonômica, desafios de percepção de riscos e sessões de massagem.
“A atuação da CIPA não é apenas uma obrigação legal, mas um instrumento estratégico para proteger vidas, promover a segurança e a saúde ocupacional, reduzir prejuízos e fortalecer a imagem do PicPay como um ambiente seguro e responsável”, reforça Lucas Matheus da Silva, engenheiro coordenador de Segurança do Trabalho na empresa.


