Um novo estudo conduzido pela Fundação Instituto de Administração (FIA), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), trouxe dados que reforçam a importância da diversidade de gênero nos altos escalões das empresas – e com um impacto direto na segurança do trabalho. O resultado reflete o que várias pesquisas internacionais que vêm evidenciando sobre os benefícios da diversidade, com mais mulheres, nas estruturas de liderança.
A pesquisa analisou informações de 250 companhias brasileiras listadas na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), ao longo de uma década (2010 a 2019), e identificou uma correlação clara: empresas com maior presença de mulheres nos conselhos de administração registraram menos acidentes de trabalho.
De acordo com o levantamento, cada aumento de 1% na participação feminina nesses conselhos resulta, em média, em uma redução de 0,2% no número de acidentes. O resultado reforça o papel estratégico da diversidade na construção de ambientes laborais mais seguros e saudáveis.
Diversidade e mais mulheres na liderança
Para os pesquisadores da FIA-USP, o impacto vai além dos números. Eles apontam que conselhos mais diversos tendem a adotar posturas mais responsáveis, com maior atenção às questões sociais, ambientais e de governança. “A diversidade de gênero traz novas perspectivas e uma preocupação mais ampla com o bem-estar dos trabalhadores. Isso se traduz em decisões mais sustentáveis e em políticas de segurança mais eficazes”, destaca um dos autores do estudo.
O levantamento se soma a uma série de pesquisas internacionais que vêm evidenciando os benefícios da diversidade nas estruturas de liderança. No Brasil, o estudo reforça a importância de avançar nas políticas de inclusão feminina nos cargos de decisão – não apenas por uma questão de justiça social, mas também como uma estratégia efetiva para reduzir riscos e proteger vidas no ambiente de trabalho.