Uma forte explosão, supostamente causada por vazamento de gás, atingiu o Restaurante Jamile nesta quarta-feira (8 de outubro), na região da Bela Vista, centro de São Paulo. O acidente causou o desabamento parcial do teto, resultando em uma vítima fatal e deixando ao menos seis pessoas feridas. O Jamile, que tem seu cardápio assinado pelo chef Henrique Fogaça, mobilizou equipes de resgate em uma operação delicada. As vítimas, que seriam funcionários e estavam no local minutos antes da abertura para o almoço, foram socorridas e levadas a hospitais da região.
Explosão com vazamento de gás
O Corpo de Bombeiros de São Paulo foi acionado por volta das 12h23 e deslocou diversas viaturas, além do apoio do helicóptero Águia da Polícia Militar. A porta-voz da corporação confirmou que o incidente se deu devido a uma explosão, tendo o vazamento de gás como principal hipótese.
O trabalho dos socorristas concentrou-se na busca e resgate de pessoas que ficaram sob os escombros. Segundo a última atualização, quatro vítimas foram retiradas rapidamente, mas o resgate de outras pessoas sob a estrutura exigiu o uso de macacos hidráulicos e técnicas de escoramento para garantir a segurança dos bombeiros.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o restaurante, localizado na Rua Treze de Maio, teria sofrido um colapso estrutural interno na área de mezanino, reservada a funcionários. O estrondo foi ouvido por comerciantes vizinhos, que relataram a correria logo após o desabamento.
Em nota oficial, a assessoria de Henrique Fogaça manifestou profundo pesar e solidariedade às vítimas. O chef, que está fora do país, fez questão de esclarecer a natureza de seu envolvimento, afirmando que não possui participação societária ou vínculo de propriedade com o restaurante Jamile. Sua atuação se restringe à criação e assinatura do cardápio da casa, sem envolvimento na gestão administrativa ou operacional.
Apesar da ausência de vínculo societário do chef, o restaurante é amplamente conhecido por sua marca, o que torna o incidente um ponto de alerta para todo o setor gastronômico da capital.
Riscos do gás em cozinhas
O trágico episódio no Jamile lança um alerta urgente sobre as medidas de prevenção e segurança em cozinhas industriais e restaurantes. Vazamentos de gás em ambientes fechados representam um risco duplo: incêndio ou explosão e intoxicação.
A prevenção, neste contexto, é vital e exige rotinas rigorosas:
Manutenção Periódica: É indispensável realizar a manutenção preventiva de toda a rede de gás, incluindo tubulações, válvulas e reguladores. Para estabelecimentos comerciais, essa inspeção deve ser feita por empresas certificadas.
Ventilação Adequada: Restaurantes devem ter sistemas de ventilação e exaustão eficientes e que sigam as normas técnicas. Em caso de vazamento, uma ventilação correta impede o acúmulo de gás, que, ao atingir a concentração ideal com o oxigênio, pode ser deflagrado por qualquer faísca.
Detector de Gás: A instalação de detectores de gás (GLP ou GN) em pontos estratégicos pode emitir um alerta sonoro antes que a situação se torne incontrolável, permitindo a evacuação do local.
Certificado do Corpo de Bombeiros (AVCB/CLCB): O restaurante Jamile possuía o Certificado de Licenciamento (CLCB) válido, conforme informações preliminares. No entanto, as autoridades e a perícia terão que determinar se as medidas de segurança contra incêndio e pânico estavam sendo seguidas rigorosamente no momento do acidente. O certificado é fundamental, mas o cumprimento diário de todos os requisitos é o que salva vidas.
A investigação do caso, com a atuação da Polícia Científica e Defesa Civil, será fundamental para identificar a causa exata do vazamento e se houve negligência em alguma etapa da manutenção ou uso do sistema de gás, transformando a tragédia em um ponto de inflexão para o aumento da segurança em toda a cadeia gastronômica.