Home SST - Casos e Análises Guindaste que tombou em Manaus expõe falhas de segurança e responsabilidade técnica

Guindaste que tombou em Manaus expõe falhas de segurança e responsabilidade técnica

Operação com uma morte e um ferido em serviço, o caso acende alerta sobre a negligência de empresas com a NR-12, Plano de Rigging e uso correto de EPIs

Uma ocorrência com um guindaste que tombou durante a montagem de uma árvore de Natal em Manaus, deixando um trabalhador ferido, Henes Libório Ramos, 47 anos, e levando a óbito o operário Antônio Paulo Rodrigues de Souza, 40 anos, acendeu o alerta sobre responsabilização da elaboração de documentos, preparo e operação desses equipamentos elevatórios.

O caso, em investigação pela Polícia Civil, aconteceu no Largo de São Sebastião, ao norte da capital amazonense. De acordo com o Governo do Estado, ao g1, o guindaste era utilizado para a instalação dos módulos da estrutura natalina e os trabalhadores prestavam serviço para uma empresa contratada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SEC) na ornamentação em frente ao Teatro Amazonas.

O operador do guindaste, Antônio Benjamin de Lima Cunha, 57 anos, que responde em liberdade, foi contratado apenas para uma diária pela empresa. Ele estava afastado pelo INSS, recebia auxílio-doença e trabalhava dentro da cabine fantasiado de Papai Noel (imagens de redes sociais mostram esse momento), sem qualquer Equipamento de Proteção Individual (EPI).

 

Falhas na operação do guindaste

Ao delegado Marcelo Martins, o operador admitiu que não possuía habilitação para operar o guindaste e afirmou ter ouvido estalos antes do tombamento. “O delegado destacou ainda falhas graves na execução do serviço, como ausência de Plano de Rigging e de isolamento da área, além da presença de trabalhadores sobre a estrutura durante o içamento”, frisa matéria do g1.

Em nota, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (CREA-AM) informou que a obra ocorria sem apresentação de documentos obrigatórios, como o plano mencionado e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), além de não ter sido notificado previamente sobre a operação do equipamento. Para piorar, em fiscalização anterior, o órgão já havia identificado uma empresa atuando em altura sem registro no Conselho, resultando em autuação.

Vale lembrar que essa não é primeira ocorrência envolvendo montagens natalinas: em 2024, uma árvore de 23 metros pegou fogo no mesmo local, mas sem vítimas.

 

Plano de Rigging e Norma Regulamentadora

Mas, o que seria o plano de rigging? Trata-se de um documento mandatório, elaborado por engenheiros e técnicos com CREA ativo, sendo assim emitida uma ART, conforme determina a Lei nº 6.496/1977. Nele é feito um planejamento que envolve as pessoas (riggers) que trabalharão com movimentação de cargas consideradas de risco, como cargas que excedam 90% da capacidade do guindaste; elevação com múltiplos guindastes, excedendo 75% da capacidade; inflamáveis e transferência para outros veículos.

Carlos Gabos, que atua há mais de três décadas anos na área, comenta que a falta de planejamento é a principal causa de acidentes, e, principalmente, de incidentes, pois esses geralmente não aparecem nas estatísticas. Ao blog Massa Cinzenta, ele reforça que operações envolvendo guindastes têm riscos intrínsecos e devem ser calculadas, ajustadas e planejadas. “Identificar os perigos e tomar ações antecipadas para controlá-los é o que eleva o nível de segurança a um patamar aceitável”, arremata.

 Além do plano, a Norma Regulamentadora 12 (NR-12) é o aporte para a operação segura.  Nela, estabelece-se os requisitos de segurança, incluindo a necessidade de adequação, manutenção e uso seguro, com foco na prevenção de acidentes com esse maquinário, destacados no Anexo XII, que passou por atualizações.

Segundo informações da IPS Engenharia, com operações em Guarulhos (SP), a implantação da NR e do rigging são fundamentais para manter os níveis de segurança em conformidade para tal operação complexa, sem deixar de lado o treinamento de pessoal, utilização correta de EPIs e EPCs.

Com um estudo prévio, os riscos de acidentes são reduzidos em uma remoção industrial, por exemplo, graças a previsão feita do comportamento real dos componentes, como o estado do solo, resistência dos guindastes e elementos que serão içados, salienta o texto.

Foto: Redes sociais/reprodução

 

1 FacebookWhatsappEmail

APOIO

A Revista CIPA & INCÊNDIO e o seu Portal de Notícias são publicações da Fiera Milano Brasil, dedicados aos setores de Segurança e Saúde do Trabalho (SST) e à Prevenção e Combate a Incêndios

CONTATO

Grupo Fiera Milano Brasil

Av. Angélica, 2491 – 20º andar
cjs 203/204 – CEP: 01227-200
São Paulo – Brasil

+55 (11) 5585.4355

+55 (11) 3159-1010

www.fieramilano.com.br

 

redacao@fieramilano.com.br

anuncio@fieramilano.com.br

 

NEWSLETTER

Copyright @2025  – Portal e Revista CIPA & INCÊNDIO

Site por: Código 1 TI

NEWSLETTER

Ao assinar a newsletter, você aceita receber comunicações do Grupo Fiera Milano Brasil e de seus parceiros, e concorda com os termos de uso e com a Política de Privacidade deste serviço.