Após cinco anos de pandemia da Covid-19, que por conta de suas restrições proporcionam a aceleração e mudanças significativas nas maneiras de se trabalhar, empregos em formato híbrido se consolidaram, especialmente com o crescimento tecnológico.
E essa divisão entre idas ao escritório e jornadas em casa (home office) em dias alternados veio mesmo para ficar: um estudo recente da consultoria Michael Page, com mais de 6 mil profissionais,mostrou que 48,6% acreditam ser mais produtivos trabalhando de casa e 27% preferem trabalhar em casa em dois dias da semana, ficando à frente dos adeptos aos cinco dias remotos (24,3%)e dos que preferem estar mesmo no escritório todos os dias (8,1%).
Muito embora seja agradável o cenário, empresas e colaboradores precisam estar atentos aos regramentos de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), como a ergonomia (NR-17), o que inclui o fornecimento de equipamentos de proteção, como apoios ergonômicos adequados e orientação, por exemplo.
“O artigo 6º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelece que não há distinção entre as atividades realizadas no estabelecimento do empregador, no domicílio do empregado ou à distância, desde que exista a relação de emprego. Ou seja, as organizações devem seguir as regras e legislações relacionadas à segurança e medicina do trabalho da mesma forma que exigidas no modelo 100% presencial”, explica Juciano Massacani, CEO da GraalSeg, especialista em Segurança e Medicina do Trabalho, ao Jornal Voz Ativa.
O profissional endossa ainda que as organizações não só são responsáveis pelas condições de trabalho como também podem ser responsabilizadas caso os funcionários desenvolvam alguma doença ocupacional.
Flexibilidade e saúde mental
A pesquisa da Michael Page também apontou o nível de equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal dos profissionais, itens tão importantes em tempos de saúde mental na pauta das corporações: 32,4% dos respondentes concordam que respeitam seu horário de almoço e de saída, sabem enfrentar o estresse e cuidam da saúde física, enquanto 35% dos que adotam o modelo presencial, destacam, além da natureza do negócio (indústria e logística, por exemplo), a importância da cultura organizacional como motivação para estar mais na empresa, mesmo em funções que não exijam essa presença.
“O grande desafio das organizações é conseguir equilibrar objetivos e resultados esperados com expectativas e demandas por flexibilidade que profissionais exigem. É dever dos líderes analisarem criteriosamente qual a real necessidade do trabalho presencial e encontrar soluções e políticas que engajem colaboradores e mantenham um bom ambiente para qualquer modelo escolhido (híbrido, remoto ou presencial)”, afirma Lucas Oggiam, diretor-executivo da Michael Page no Brasil, ao Mundo RH.