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OIT e Comissão Europeia vão organizar o Pavilhão da Transição Justa na COP30

OIT e CE copresidem Pavilhão da Transição Justa. Debate em Belém cobra a integração da SST e proteção contra riscos climáticos para que Empregos Verdes, por exemplo, sejam de fato decentes

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Comissão Europeia (CE) copresidirão o Pavilhão da Transição Justa na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), que começou hoje, 10/11, em Belém, e vai até 21 de novembro, em parceria com a Organização Internacional de Empregadores (IOE), a Confederação Sindical Internacional (ITUC) e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

Esta será a quarta vez consecutiva que a OIT e a CE copresidem o Pavilhão, que faz parte do amplo chamado da OIT por uma transição justa, baseada no diálogo social e voltada à construção de consensos entre governos, empregadores e trabalhadores.

Localizado na Zona Azul da Conferência, o espaço reunirá representantes de governos, trabalhadores, empregadores e diversos atores para trocar conhecimentos e destacar como o diálogo social pode transformar compromissos climáticos em ações concretas.

 

O Pavilhão da Transição Justa na COP30

Em 11 de novembro, a sessão de abertura do Pavilhão reunirá representantes políticos de alto nível, organizações de trabalhadores e de empregadores, comunidades locais e sociedade civil para alinhar ideias à implementação, objetivos à viabilidade e narrativas à ação. O evento ajudará a unir esforços em torno da dimensão social da agenda climática, da transição justa e das prioridades definidas pela Presidência da COP.

Durante as duas semanas da Conferência, o Pavilhão servirá como espaço para consultas informais sobre as negociações, sediará eventos sobre diferentes aspectos da transição justa, delineará caminhos para a implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) com base nos princípios da transição justa, integrando objetivos climáticos, sociais e econômicos,  promoverá trocas de conhecimento e redes de colaboração entre as partes e atores não estatais.

O que há de novo neste ano no Pavilhão da Transição Justa

Neste ano, todas as atividades do Pavilhão serão organizadas em torno de quatro eixos temáticos, voltados a promover discussões orientadas para a ação:

  • Geração de empregos por meio da ação climática – destacando oportunidades de trabalho decente na economia verde.
  • Proteção – enfatizando a proteção social e a resiliência de trabalhadores, empresas e comunidades.
  • Diálogo social e engajamento das partes interessadas – promovendo a participação inclusiva na formulação de políticas climáticas justas.
  • Meios de ação – abordando fatores facilitadores como financiamento, tecnologia e capacitação para uma implementação eficaz.

Cada tema busca atrair ampla participação dos participantes da COP30, de diferentes setores e áreas de especialização, oferecendo oportunidades para explorar questões específicas, compartilhar lições aprendidas e boas práticas, além de trocar experiências relevantes. Cada tema também contará com “laboratórios de políticas” (policy labs), sessões dedicadas à troca de conhecimentos e experiências sobre a implementação da transição justa em nível nacional.

Em 12 de novembro, a OIT sediará um evento especial no Pavilhão: o “Dia do Brasil”, que apresentará as ações climáticas, políticas e experiências do país na promoção de uma transição justa, destacando práticas que geram empregos verdes, protegem trabalhadores e empregadores e fortalecem o diálogo social e os meios de implementação. O evento contará com a participação de representantes do Governo do Brasil, de organizações de empregadores e de trabalhadores e da sociedade civil.

 

Contribuição da OIT para a COP30

Durante a Conferência, a OIT também contribuirá para o avanço da Agenda de Ação da Presidência brasileira, promovendo o trabalho decente e a justiça social em todas as suas prioridades. A Organização participará dos Grupos de Ativação sobre transição dos combustíveis fósseis, redução da pobreza, educação e criação de empregos e inovação.

Durante a Cúpula, a OIT oferecerá assistência técnica e assessoria de políticas para promover a coerência entre ação climática ambiciosa, trabalho decente e justiça social, em sua capacidade oficial de observadora das Nações Unidas na COP30.

 

Empregos Verdes e o desafio da SST

O eixo temático do Pavilhão da Transição Justa que aborda a “Geração de empregos por meio da ação climática” traz grandes expectativas, mas também a necessidade de reforçar a segurança e a saúde para que estas novas oportunidades de trabalho sejam, de fato, decentes.

A OIT tem alertado repetidamente que a “ecologização da economia não garante automaticamente trabalhos decentes, seguros e saudáveis”. A transição cria novos setores, mas também gera novos riscos ocupacionais que precisam ser antecipados e gerenciados desde a fase de concepção dos projetos e políticas.

Oportunidades e Riscos na Transição

Setor Verde Oportunidade em SST Riscos Ocupacionais (Novos ou Potencializados)
Energias Renováveis (Solar, Eólica) Potencial de redução de acidentes em comparação com indústrias de combustíveis fósseis. Trabalho em altura (instalação e manutenção de turbinas eólicas); Exposição a substâncias químicas (manufatura de painéis solares); Riscos ergonômicos (transporte e montagem de componentes pesados).
Reciclagem e Gestão de Resíduos Formalização de catadores e melhoria das condições de coleta. Exposição a produtos químicos perigosos e agentes biológicos (lixo eletrônico e hospitalar); Acidentes por máquinas e veículos; Déficits de SST na economia informal.
Construção Sustentável (Eficiência Energética) Melhorias na qualidade do ar e conforto térmico dos edifícios. Exposição a novos materiais de isolamento e suas emissões; Trabalho confinado; Riscos de acidentes nas obras de adaptação e retrofit.

Fontes e Diretrizes da OIT

 

A Organização Internacional do Trabalho enfatiza que o primeiro passo é a integração da segurança e saúde dos trabalhadores nas políticas de fomento à economia verde. As principais referências para esta abordagem são:

  1. Relatório “Promover a Segurança e a Saúde numa Economia Verde” (2012): Este documento crucial sustenta que é fundamental identificar os riscos profissionais já na fase de concepção dos projetos. O relatório prevê um grande crescimento dos empregos verdes, mas ressalta que é preciso “a integração da segurança e da saúde [do trabalhador] nos sistemas de classificação, validação de índices e certificação e a aplicação das normas de qualidade de segurança e saúde do trabalhador aos empregos verdes”.

Fonte: Organização Internacional do Trabalho (OIT) e imprensa (e.g., ONU Brasil, iBahia, etc.).

  1. Resolução sobre uma Transição Justa (2025): A Resolução da OIT sublinha a importância do diálogo social eficaz para a transição justa e menciona especificamente a necessidade de “dar especial atenção ao respeito, à promoção e à concretização da Liberdade de Associação e da Negociação Coletiva” para abordar a relação entre Segurança e Saúde no Trabalho (SST) e fenómenos meteorológicos extremos.

Fonte: Resolução da 111ª Conferência Internacional do Trabalho, OIT (2023, tema principal) e documento subsequente (2025).

  1. Diálogo no Brasil: A Transição Justa, conforme debatido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Tribunal Superior do Trabalho (TST), passa pela proteção dos direitos laborais e pela garantia de ambientes de trabalho seguros e protegidos para todos, incluindo trabalhadores em empregos vulneráveis e os afetados pelas condições climáticas.

Fonte: MTE e TST (Notícias institucionais e seminários Pré-COP30).

Portanto, o desafio da COP30 não é apenas contar quantos empregos verdes serão criados, mas garantir que a qualidade, a dignidade e a segurança (SST) sejam pilares inegociáveis dessa transformação.

 

 

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