De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no 1º trimestre deste ano em São Paulo registrou 642 mil trabalhadores atuantes em atividades relacionadas à agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, o que representa pouco mais de 2,5% de todos os ocupados no estado (quase 25 milhões, no período de referência), índice considerado baixo para um setor importante na economia nacional.
Uma das formas de atrair mão de obra está na promoção de meios que garantam a saúde e segurança nesse ambiente laboral, no cumprimento de normas como a NR-31, que trata do tema. “Precisamos oferecer as condições necessárias ao trabalho rural, evitando multas trabalhistas e fidelizando o nosso colaborador. Essa é uma situação irreversível”, salienta Dr. Osvaldo Saraiva, diretor administrativo e financeiro na Unimed Presidente Prudente, SP.
O profissional destaca que, independentemente da quantidade de colaboradores, a empresa rural é obrigada a cumprir requisitos relacionados à saúde ocupacional. “Isso inclui exame admissional, demissional, periódicos, fornecimento de Equipamentos de Proteção (EPI) e relatórios”, arremata, ao Portal Prudentino.
Proteção dos trabalhadores rurais
A Fiocruz Brasília, em formato híbrido, sediou o II Seminário de Agricultura Urbana e Periurbana no Distrito Federal, com o tema “Vigilância em Saúde e o Desenvolvimento de Ações Intersetoriais de Prevenção e Mitigação dos Impactos dos Agrotóxicos na Saúde e no Ambiente”, debatendo sobre os efeitos de defensivos agrícolas à saúde humana emeio ambiente, promovendo a articulação ao desenvolvimento de ações conjuntas e sustentáveis.
Para Sandra Fernandes,gerente da Unidade Básica de Saúde (UBS) em Planaltina, se faz necessário o compromisso com práticas sustentáveis. Ela exemplifica que em seu território, não há o uso de agrotóxicos, apenas compostagem orgânica: “Temos uma agrofloresta na nossa unidade, um espaço de promoção e educação em saúde”, comenta, ao Jornal de Brasília.
Em 2024, a área agrícola do DF consumiu 11 milhões de litros de agrotóxicos por safra, predominando soja e milho transgênicos, aumento de 140% em comparação ao período entre 2000 e 2019. Os índices foram apresentados por um dos palestrantes, o médico, professor e pesquisador Wanderlei Pignati, do Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador (Neast) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). “O uso intensivo dessas substâncias e o aumento de doenças como câncer, distúrbios neurológicos e malformações congênitas”, finaliza o professor.