Em vigor desde maio de 2025, a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) traz mudanças significativas para a gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) no Brasil. A norma passará a exigir das empresas um padrão mais rigoroso de controle, registro e integração de processos relacionados à prevenção de riscos ocupacionais, o que inclui diagnósticos atualizados, indicadores claros, planos de ação detalhados e evidências documentadas. O período de adaptação segue até maio de 2026.
Se antes o cumprimento das obrigações legais muitas vezes se limitava a relatórios e documentos arquivados, agora a expectativa é de uma postura preventiva, baseada em dados e com revisões periódicas. O novo texto reforça a obrigatoriedade do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) e do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), demandando um acompanhamento mais estruturado.
Gestão mais rastreável
Para muitas empresas, especialmente aquelas que ainda dependem de planilhas isoladas, e-mails e controles manuais, a adaptação pode significar um desafio operacional. “O grande ponto da NR-1 atualizada é que ela não permite mais uma gestão fragmentada ou apenas reativa. A rastreabilidade das informações e a integração entre áreas se tornam essenciais”, explica Renato Dias, gerente de soluções HCM da Sancon, empresa brasileira especializada em sistemas para gestão de negócios.
Entre os principais obstáculos estão a dificuldade em vincular riscos identificados a ações corretivas, dificuldade de comprovar medidas adotadas, baixa integração entre áreas essenciais da gestão, a falta de visibilidade em tempo real dos indicadores e a sobrecarga de equipes com a atualização manual de relatórios. Esses entraves podem aumentar o custo do compliance e tornar a adequação mais lenta.
Nesse cenário, ferramentas tecnológicas de gestão integrada têm ganhado espaço como alternativas para simplificar e automatizar etapas críticas do processo.
Tecnologia a serviço da conformidade
Plataformas digitais especializadas permitem que empresas centralizem informações de riscos, indicadores, planos de ação e evidências em um único ambiente. Assim, é possível não apenas atender às exigências legais, mas também transformar os dados coletados em informações estratégicas para a gestão.
Um exemplo é a plataforma MentorWeb, que integra metodologia e automação para apoiar o cumprimento da NR-1. O sistema possibilita o registro estruturado de riscos, a criação de planos de ação com metodologias como 5W2H e FCA, o acompanhamento de indicadores em tempo real e o armazenamento seguro de evidências para auditorias.
“O uso de tecnologia permite que o gestor acompanhe, em um painel único, a evolução das ações preventivas, receba alertas automáticos sobre prazos e visualize rapidamente onde estão os principais riscos. Isso reduz falhas por comunicação descentralizada e agiliza as auditorias”, comenta Cristiane Tonet, diretora de operações do Grupo Sancon, do qual a plataforma faz parte.
Mais do que evitar multas ou autuações, a gestão digital e proativa de SST pode fortalecer a cultura de prevenção dentro das empresas e gerar ganhos de eficiência. Com indicadores consolidados e comunicação integrada entre áreas, o atendimento à NR-1 deixa de ser apenas um requisito legal e passa a contribuir para a tomada de decisões estratégicas.
Para Tonet, essa mudança de perspectiva é o que diferencia empresas que apenas reagem a fiscalização, daquelas que usam a conformidade como ferramenta de gestão. “A NR-1 pode ser vista como uma oportunidade de modernizar processos e integrar segurança, eficiência e competitividade”, afirma.