Se as atenções do mundo estão voltadas às discussões para combate à crise climática durante a COP30, em Belém, quem enfrenta fortemente os casos de incêndios, como o trabalho dos bombeiros, também é assunto é de extrema relevância e atenção.
O próprio estado que sedia o evento, o Pará, conta com a Operação COP30, empregando mais de mil militares na capital, estradas e áreas balneárias do território, juntamente com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), com alinhamento nacional e internacional em ações de segurança.
“Destinamos 518 bombeiros militares, dos quais 106 somente na zona azul (Blue Zone, palco das negociações oficiais, Cúpula de Líderes e pavilhões nacionais), além de 33 viaturas operacionais e 18 embarcações, bem como as guarnições de serviço de todos os quartéis operacionais, o que totaliza 1.036 bombeiros militares a pronto emprego para a COP30”, detalha coronel Jayme de Aviz Benjó, comandante-geral do CBMPA e coordenador estadual de proteção e defesa civil.
A corporação de Mato Grosso (CBMMT) apresentou no evento as ações estratégicas e integradas adotadas pelo estado em prevenção e o combate aos incêndios florestais. Para se ter uma ideia, entre janeiro e outubro de 2025, Mato Grosso registrou 10.581 focos de calor, contra 49.665 no mesmo período de 2024, representando queda de 78,7%, quase cinco vezes menos ocorrências que no ano anterior, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/BD Queimadas).
“Representar o Corpo de Bombeiros Militar em um evento global como a COP30 é motivo de grande responsabilidade. Estamos levando a voz de todos os bombeiros do Brasil, reforçando o papel estratégico na construção de políticas públicas integradas, baseadas em ciência, tecnologia e prevenção. É também uma oportunidade de compartilhar experiências, aprender com outras nações e fortalecer nossa capacidade de resposta diante dos desafios climáticos”, frisa coronel BM Flávio Glêdson Vieira Bezerra, comandante-geral do CBMMT.
Resposta global à crise climática
O desafio da emergência climática e os índices cada vez mais expressivos de incêndios são urgentes e urgem por uma resposta global. Em 2024, o Brasil teve impactos em 35 milhões de hectares de florestas, campos, cerrado e pastos consumidos por queimadas e Amazônia teve uma área de 6 milhões de hectares de vegetação nativa atingida, maior que países como a Bélgica ou a Suíça.
“Precisamos ir além e adotar um código de conduta forte e eficaz, que assegure que os incêndios florestais sejam tratados como prioridade global de clima”, alertou André Lima, O secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), à Agência Brasil, durante a Pré-COP, em Brasília (DF).
O governo federal Governo do Brasil anunciou, na Cúpula do Clima de Belém, o Chamado à Ação pelo Manejo Integrado do Fogo e Resiliência a Incêndios Florestais, com a adesão de 50 países e três organizações internacionais, com foco no Manejo Integrado do Fogo (MIF).
O documento endossa os esforços para reverter até 2030 o desmatamento e a degradação florestal, compromisso assumido pelo Brasil e por quase 200 países já na COP28, em Dubai, e já é implantado desde 2024 no país, por meio da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo.
“A medida reafirma a necessidade de uma mudança de paradigma, com a transição da reação aos incêndios para estratégias integradas de prevenção. Valoriza, ainda, o uso tradicional e sustentável do fogo por povos indígenas e comunidades locais e reforça o fortalecimento das capacidades nacionais, da interoperabilidade e dos mecanismos regionais de cooperação”, informa o governo federal.


