O sisal envolve um contingente de trabalhadores, chamados de sisaleiros, que lida com uma série de fatores que pode ocasionar acidentes, indo desde a extração dessa fibra, passando pela exposição excessiva ao sol e ao carregamento de peso até situações mais complexas, como a saúde mental.
Em números, de acordo com estimativas da Embrapa, o sisal oferece 850 mil postos de trabalho diretos e indiretos, que vão da manutenção das lavouras, a colheita, o desfibramento e o beneficiamento da fibra, e termina com a industrialização e a confecção de artesanatos, cultura muito presente na região nordeste do país.
Conhecida como Território do Sisal, a cidade baiana de Valente sediou palestras híbridas, promovidas conjuntamente pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e a Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Apaeb).
O foco foi discutir e orientar sobre Normas Regulamentadoras (NRs), Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), trabalho digno e canais de denúncia, além de aprofundamento e apostilas de apoio, reunindo técnicas e técnicos de Valente, Várzea Nova e Jacobina, no Território Piemonte da Diamantina, e de Conceição do Coité, Retirolândia, São Domingos e Santaluz, para atuarem como multiplicadores.
Também foram entregues 4 mil kits, somando 24 mil EPIs, contendo óculos, touca árabe, luvas, botas, perneiras e máscaras. “A parceria visa levar segurança aos trabalhadores do sisal, aqueles que estão no campo e muitas vezes não usam a prevenção necessária no dia a dia. O Governo do Estado está oferecendo equipamentos e capacitação para que técnicos possam treinar outros profissionais e evitar riscos”, afirma Ismael Ferreira, presidente da APAEB Valente.
MTE e articulações no setor de Sisal
Como foco na escuta e promoção da saúde e segurança (SST) a essa massa trabalhadora, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) promoveu audiências públicas nos municípios em Valente e Várzea Nova (BA), com conversas sobre desafios enfrentados, como a informalidade, prevenção e combate ao trabalho em condições análogas à escravidão.
“Esses encontros reforçam o compromisso com a formalização do trabalho e a valorização da dignidade dos trabalhadores rurais, pilares fundamentais para o desenvolvimento econômico e social da região”, frisa Wagner Rebouças, chefe de fiscalização da Gerência Regional do Trabalho de Feira de Santana (BA).


