Entre janeiro a setembro de 2025, o Brasil registrou 7,15 milhões de hectares queimados, uma redução de cerca de 67,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o fogo atingiu 22 milhões de hectares nos 9 primeiros meses de 2024. Os dados são do MapBiomas, contabilizando o Cerrado como o bioma mais afetado em setembro pelas chamas, afetando 2,08 milhões de hectares.
Graças ao empenho de forças de segurança, povos originários nas localidades e iniciativas inclusive de empresas locais, os incêndios florestais são repelidos antes mesmo da origem e uma das ferramentas é o monitoramento para antecipação, união de esforços e incrementos.
No Mato Grosso do Sul, o Corpo de Bombeiros (CBMMS) conta com bases avançadas em localidades mais remotas para o atendimento aos ribeirinhos e moradores locais, contando com equipamentos como as embarcações, e seguindo o planejamento anual preventivo e de combate aos incêndios.
Instaladas em 2024, as bases podem ser fixas ou temporárias, atuando, além do combate aos incêndios, no socorro da população, como atendimentos pré-hospitalares de urgência e emergência. “Quando a gente precisa, procura os bombeiros. Já ajudaram minha esposa quando ela teve AVC (acidente vascular cerebral). É muito bom tê-los aqui, porque estão ajudando muito a gente”, conta agradecido Severo Xavier de Farias, morador da Serra do Amolar, onde fica uma das unidades, essa no caso é permanente na localidade.
Torres de identificação e treinamentos
A cooperação entre bombeiros e empresas que usam a floresta também é pertinente no combate a queimadas, a exemplo da Suzano, produtora mundial de celulose e na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto. No estado de São Paulo, integra o Programa de Auxílio Mútuo (PAM) Florestal e auxilia na cobertura e conservação de mais de 300 mil hectares de áreas públicas, contribuindo para a proteção da biodiversidade em diversas regiões paulistas, por meio de torres de identificação e capacitação operacional.
Já em Aracruz (ES), em parceria com os bombeiros (CBMES) e colaboradores da empresa, realizou o treinamento de brigada de incêndio a 30 indígenas das comunidades Córrego do Ouro, Comboios, Caieiras Velhas, Irajá e Amarelos, com conceitos teóricos e práticos, inclusive com o uso de abafadores, bombas costais e sopradores, mas sem deixar de lado o conhecimento ancestral de como lidar com o fogo nas matas.
“Aprendemos sobre a origem do fogo, os fatores que agravam o incêndio e os protocolos de segurança. Depois, tivemos orientações sobre o uso de equipamentos e fizemos uma simulação real de combate. Foi muito importante para a comunidade”, relata um dos participantes, Warley Coutinho, representante da aldeia de Córrego do Ouro.


