O Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), em parceria com a Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp), realizou pela primeira vez o Curso de Operações de Incêndio em Edificações Verticalizadas (Coiev), com total de 200 horas/aula.
Além de lidar com ambientes fechados, entendimento do fogo, uso de água nessas edificações mais elevadas e utilização de equipamentos de proteção (EPIs), chegando a 22 quilos – como capuz, luvas, botas, capacete e equipamento de proteção respiratória, além da vestimenta –, os militares aprenderam a lidar com fatores mais complexos, como a retirada segura de vítimas e imprevistos durante a ocorrência.
Capacitação dos bombeiros
“Os alunos são treinados à exaustão. São submetidos a simulações reais com fogo em simuladores, de modo a trazer a realidade operacional, além de subir a altura de 30 andares para que estejam aptos a combater esse tipo de incêndio”, explica major Filipi Ribeiro, idealizador do curso e coordenador da primeira turma.
Com quatro anos na corporação e integrante do curso, 1ª tenente Bruna dos Santos Nobre, vinculada ao Quartel 15 de Outubro – 2ª Companhia do 1° Batalhão do CBMCE, comenta que tais capacitações preparam os militares para a pronta resposta a situações tão intensas.
“É muito gratificante porque a nossa corporação está se preparando para enfrentar cenários que já se apresentam. Passamos pelo simulador de incêndio, participamos de exercícios com fogo real, observando o fenômeno extremo do fogo [rollover], e as fases de desenvolvimento do incêndio”, diz.
Mercado imobiliário
Já falamos anteriormente de uma tendência presente na paisagem do estado: a construção de edificações mais elevadas, chamadas de superprédios, com residenciais que alcançam 50 andares, 170 metros de altura e vistas privilegiadas para praias de Fortaleza.
O assunto está rendendo mudanças em regramentos, trazidos no novo Plano Diretor Participativo e Sustentável de Fortaleza (PDPS) que está em fase de elaboração. A versão atual é de 2009 e estava prevista para alterações após dez anos (2019).
Com atraso de seis anos, a legislação voltou a ser discutida em 2025 e, segundo matéria do g1, a altura máxima dos prédios pode variar de 6 metros, para imóveis em trechos de Zonas de Interesse Social 1(ZEIS 1), até 95 metros, na chamada Zona de Centralidades Polo 1 – Consolidada (ZCP 1 – partes dos bairros Aldeota, Meireles, Varjota e Mucuripe).
Há regiões onde os superprédios não poderão ser construídos por conta de uma funcionalidade a favor do clima, como a famosa Praia do Futuro, com pontos para edificações de no máximo, 48 metros. “Os ventos que chegam a Fortaleza, sobretudo da área leste, passam pela Praia do Futuro. Ali pode ter prédio, mas não pode ter ‘superprédio’, porque criaria um paredão”, explica Artur Bruno, ao g1, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Fortaleza (Ipplan), órgão que está à frente da minuta do novo plano.


