Home SST - Revista CIPA Ergonomia: a nova escalada de LER/DORT em tempos atuais

Ergonomia: a nova escalada de LER/DORT em tempos atuais

Número de casos vem crescendo, e especialistas apontam que a ocorrência de doenças osteomusculares vai além dos movimentos repetitivos. O estresse, a ansiedade e a pressão no trabalho também afetam a saúde física e mental, tornando a ergonomia um desafio ainda maior na era do trabalho remoto e modelo híbrido

Por Luciana Sampaio Moreira

 

Sinal de alerta vermelho! Entre 2018 e 2024, o Brasil teve 57.294 casos notificados de Lesão por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT). Após uma retração considerável em 2020, com 4011 ocorrências no primeiro ano da pandemia de Covid-19, os números dispararam. Segundo dados do Smartlab-Saúde e Segurança no Trabalho, em 2022 foram 7.259 e no ano seguinte foram 12.620, o que demonstra que o trabalho no sistema home office e a jornada híbrida também têm efeitos danosos para a saúde. No último ano da série foram 13.554, o que revela uma trajetória ascendente.

Atualmente, as doenças da conhecida sigla LER/DORT – Lesão por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – são a segunda maior causa de afastamentos do trabalho no país, atrás apenas dos acidentes de trânsito. Seu impacto também pode ser medido pelos 632.578 benefícios acidentários concedidos entre 2011 e 2021, segundo dados da Previdência Social. Lembrando que esse número não contempla o universo de trabalhadores informais, servidores públicos e nem as subnotificações. Ou seja, as perdas são bem maiores.

E como se não bastasse, LER/DORT estão cada vez mais presentes nos ambientes laborais com casos de tendinites, lombalgias, cervicalgias, bursites e síndrome do túnel do carpo, entre outras, e sintomas como dores, desconfortos, formigamentos, perda da força dos braços.

Diferente do passado, quando os digitadores estavam na linha de frente, hoje elas afetam trabalhadores que exercem atividades com movimentos repetitivos, não têm postura adequada, fazem esforços físicos excessivos, não incluem pausas ou períodos de recuperação na jornada, não têm informação sobre riscos da atividade e/ou acesso a equipamentos e mobiliários ergonomicamente adequados e que vivem situações de pressão psicológica e estresse por metas e resultados.

Segundo a diretora científica da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), Rosylane Rocha, a ascensão do trabalho home office e híbrido, durante a pandemia e sua permanência nos anos seguintes, como uma modalidade que aumenta a sensação de conforto para o trabalhador, tem demonstrado que a residência não está mobiliada com a Ergonomia devida, para a execução de certas tarefas. “A empresa, a seu turno, não está dispensada de prover recursos à Ergonomia do posto de trabalho e nem renunciar ao treinamento para a prevenção de DORT”, ressalta.

Rosylane Rocha, diretora científica da Anamt – Foto: Anamt/Divulgação

Dialogando com outra grave epidemia dos tempos modernos, o que justifica a inclusão dos fatores de risco psicossociais na NR-1 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ambientais -, a médica destaca que muitos dos problemas de saúde mental cursam com a dor osteoarticular e a mialgia. Desta forma, a ausência de treinamento para prevenção de adoecimentos, a falta de estação ergonômica de trabalho e a presença de fatores estressores contribuem para o agravamento dos sintomas, nos dois casos.

 

Atenção às normas

Uma das normas regulamentadoras transversais do arcabouço brasileiro de Segurança e Saúde do Trabalho é a NR-17 – Ergonomia, que estabelece parâmetros para a Ergonomia no ambiente laboral, visando adaptar as condições às características psicofisiológicas dos trabalhadores. E essa recomendação também está em outras, como a NR-5 – Comissão Interna de Prevenção a Acidentes, que recomenda uma Cipa atuante não apenas para a realização de eventos, mas na fiscalização das condições de trabalho e acompanhamento do processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem como da adoção das medidas implementadas pela organização.

A NR-17 também está presente no texto da NR-7 – Programa Médico de Controle de Saúde Ocupacional (PMCSO), que coloca o médico do trabalho na centralidade da assistência ao trabalhador, como ferramenta clínica e epidemiológica valiosa na prevenção de doenças crônico-degenerativas, mentais e osteomusculares.

“O exame médico ocupacional com avaliação física e mental de forma presencial é oportunidade de ouro para a escuta atenta que visa o mapeamento dos casos por doenças, elaboração de diagnósticos, definição terapêutica e consequente mudança de desfechos. Complementa essa estratégia, a devida autonomia aos profissionais de SST para que desenvolvam suas atividades, conforme o artigo 10 da Convenção OIT 161”, frisa Rosylane.

Na NR-6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI), a Ergonomia aparece por meio da exigência de que tanto esses como os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) estejam adaptados às características humanas, e é contemplada, ainda, na NR-12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, quando recomenda que esses dispositivos sejam seguros e adaptados ao corpo e à mente do trabalhador.

Segundo Rosylane Rocha, os trabalhadores também têm a sua parcela de responsabilidade nesse processo, por meio da participação nos treinamentos e programas de SST das organizações. Para quem está fora do mercado formal, buscar conhecimentos sobre os riscos das atividades que desenvolvem e como podem atuar preventivamente para evitar o adoecimento com uma rotina mais regrada e saudável são medidas recomendadas. Afinal, para quem trabalha sozinho, a saúde é um ativo importante.

 

Ergonomia 5.0

O Brasil é, hoje, o sétimo país que mais produz estudos científicos sobre Ergonomia, uma ciência que tem evoluído rapidamente para acompanhar as transformações do ambiente de laboral. Na sua versão atual, a 5.0, enfrenta o desafio de transformar conceitos em práticas na vida da população, o que esbarra em cerca de 39 milhões de informais e em 11 milhões de MEI ativas, para os quais esse tipo de conteúdo nem sempre é acessível ou considerado como prioridade.

De acordo com a fisioterapeuta, ergonomista e técnica em segurança e do trabalho, Claudia Carvalho: “o maior desafio ergonômico não está apenas na postura diante do computador, na repetitividade dos movimentos corpóreos, e/ou mesmo a sobrecarga psicofisiológica, mas na postura da empresa diante das transformações necessárias em relação ao trabalho a ser executado diante deste novo cenário”, observa.

Claudia Carvalho, fisioterapeuta, ergonomista e técnica em segurança do trabalho – Foto: arquivo pessoal

Ela destaca que a Ergonomia 5.0 integra quatro pilares fundamentais da Saúde PFSE (PsicoFísicoSocialEspiritualidade), que visam neutralizar e/ou diminuir afecções do corpo/físico, prevenir e mitigar desordens mentais/emocionais, evitar perturbações psicossociais/biossociais, promover e fortalecer a espiritualidade organizacional/trabalho.

“Estamos vendo o surgimento de lesões invisíveis, mas profundamente dolorosas: dores que não nascem só no músculo, mas também na alma. É aí que entram os conceitos de somatização e psicossomática no ambiente em que se trabalha, pois, quando emoções não acolhidas viram dor física, inflamação, tensão muscular e, claro, as LER/DORT”, ressalta Cláudia Carvalho.

Além disso, o home office pode potencializar o presenteísmo silencioso, quando o corpo está online, mas a mente está desconectada. Essa presença sem vitalidade, sem engajamento, também é fator de risco para acidentes, adoecimentos e lesões que insistem em aparecer nas estatísticas em relação às doenças ocupacionais e do trabalho.

 

Ferramentas em destaque

A nova NR-1 traz ferramentas como Análise da Postura Emocional (APE), campo pioneiro no qual a Ergonomia se une a uma leitura ampliada e expressões corporais, escuta emocional, dinâmicas comportamentais e inteligência relacional para revelar como as emoções influenciam diretamente na postura profissional e comportamental do colaborador, e de como as atividades e tarefas diárias podem causar desconforto e dores corporais e também psicológicos.

“Muitas questões ocupacionais estão intrinsecamente ligadas a doenças psicossomáticas, somatização e subjetividade. A compreensão e intervenção precoces através da APE são cruciais para prevenir e tratar estas questões, garantindo o bem-estar e a saúde integrativa ocupacional dos colaboradores”, recomenda Cláudia Carvalho.

A Análise da Postura Emocional Ocupacional (APEO) faz a leitura ampliada do comportamento corporal no trabalho, não apenas com foco biomecânico, mas a partir de como o corpo do trabalhador revela a sua história de vida, sobre o estado PsicoFísicoSsocialEspiritualidade (PFSE) em relação à atividade executada, ao posto de trabalho, à ambiência e ambiente ao qual esse indivíduo está exposto, para a compreensão dos sintomas e sinais apresentados, definição de diagnóstico e de alertas presentes que provavelmente poderão acarretar enfermidades. Em resumo, a APEO tem um olhar globalizado e integrativo.

“Com a APEO no ambiente de trabalho, podemos detectar que o tronco rígido aponta para um ambiente tóxico; a cervical tensa guarda cobranças não articuladas; as tensões da mandíbula (ATM) revelam o estresse contido; os ombros encurvados carregam sobrecargas mentais e físicas; os punhos cerrados escondem resistência, o andar arrastado mostra cansaço existencial e o gesto automatizado sinaliza ausência de propósitos”, detalha Cláudia.

A nova visão que se espera de empresas, gestores e líderes também cabe aos peritos do Trabalho, que ainda tendem a se basear em fatores exclusivamente do corpo físico, ignorando os aspectos psicossociais em suas análises e laudos.

“A inserção dos fatores de riscos psicossociais na Ergonomia pode ajudar na avaliação pericial, desde que o perito tenha uma visão ampliada da conexão corpo, mente, relacional e espiritual, que são parte integrante do ambiente laboral para poderem, mais que fiscalizar o ambiente, orientar a empresa sobre a saúde integrativa ocupacional”, frisa.

Ele lembra que a Fisioterapia do Trabalho também detém várias técnicas e recursos como cinesioterapia, alongamentos ativos, exercícios de contração isométricas, atividades de reprogramação postural, termoterapia, eletroterapia, pausas compensatórias e Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) como abordagens terapêuticas complementares aos tratamentos convencionais.

 

Conceito de ErgoDesign

 

Carlos Maurício Duque Santos, diretor técnico científico da DCA Ergonomia, afirma que o ErgoDesign, junção entre Ergonomia e Design, é uma das ferramentas da Gestão da Qualidade Total. “A Qualidade já é uma estratégia da empresa para ter um diferencial competitivo. Nesse sentido, Ergonomia e ErgoDesign são grandes agregadores de melhorias para otimizar os postos de trabalho, as máquinas e equipamentos, e contribuem para o conforto, a qualidade de vida e o desempenho nos diferentes sistemas e produção, especialmente nas adequações de máquinas e equipamentos que necessitam de automação total ou parcial por meio do uso de robôs colaborativos e dos novos sistemas informatizados”, ressalta.

Carlos Maurício Duque Santos, diretor técnico científico
da DCA Ergonomia – Foto: arquivo pessoal

Na outra ponta, tais recursos também podem ser incorporados aos treinamentos e capacitações dos trabalhadores, para que tenham um melhor desempenho com satisfação no trabalho e sem os denominados riscos ergonômicos e riscos psicossociais. “Lembrando que o risco psicossocial é antes de tudo um risco ergonômico, pois é um ‘risco do trabalho’, e não se pode esquecer que Ergo é Trabalho”, frisa o especialista.

Levar esse conhecimento para profissionais de SST ainda é desafiador. Segundo Maurício Duque, abordar a aplicação dos conceitos da Usabilidade e da Agradabilidade e o próprio conceito do ErgoDesign (Projeto Ergonômico) encontra resistência, visto que 95% dos profissionais que atuam na SST desconhecem os princípios e métodos de projetos com esses enfoques, especialmente aqueles das áreas de Saúde e da Engenharia de Segurança e Técnicos de Segurança.

“Para fazer Ergonomia nas empresas é necessário ter uma equipe multiprofissional e pelo menos um Designer Industrial ou Designer de Produto. A realidade do mercado hoje não é apenas fazer a APE e a APEO, mas sim, transformar o trabalho e as condições de trabalho para atender as exigências da NR-1 e adequar mobiliários, máquinas, equipamentos e ferramentas para atender a NR-17”, afirma o professor.

Imagens: Carlos Maurício Duque Santos/arquivo Ergodesign

Imagens: Carlos Maurício Duque Santos/arquivo Ergodesign

Como consultor de Ergonomia e de ErgoDesign de empresas de médio e grande porte, Duque utiliza os conceitos da Indústria 4.0 e Indústria 5.0, que propõem a transformação do trabalho com ênfase na automação parcial com sistemas de interfaces “Homem x Máquinas x Tarefas”, bem como o conceito do “Play no Trabalho” (pausas para diversão/descontração) e da Metaqualidade (que é a Qualidade Transcendental) que vai além do ambiente laboral (veja imagens). A IA também já está em uso em algumas situações, exceto para análises e projetos ergonômicos com ênfase na Usabilidade e Agradabilidade nos quais a presença do trabalhador é imprescindível e indispensável.

 

Disciplina para o trabalho

A fisioterapeuta, ergonomista e diretora da Ergosys Consultoria em Ergonomia, Symone Miguez acredita que o maior desafio para prevenir casos de DORT é equilibrar vida pessoal e trabalho. “O home office e o trabalho híbrido trazem a sensação de poder controlar mais a agenda e ter mais tempo para cuidar da saúde e estar próximo dos familiares. Entretanto, isso requer disciplina, pois do contrário esses indivíduos vão trabalhar mais e até em horários que comprometem a qualidade de sono”, destaca.

Symone Miguez, fisioterapeuta, ergonomista e diretora da Ergosys Consultoria em Ergonomia – Foto: arquivo pessoal

O segundo desafio é que enquanto nas empresas, os postos de trabalho (mesa, cadeiras, suportes de monitor etc.) geralmente são planejados para atender as necessidades ergonômicas do trabalhador, prevenindo DORT de acordo com a NR-17, não há como ter controle do tipo de mobiliário e condições de trabalho deste profissional em home office.

“Hoje várias empresas já conseguem mapear as condições de trabalho em home office realizando o pagamento da compra do mobiliário e acessórios de Ergonomia, ministrando treinamentos obrigatórios e avaliando de forma online os ambientes de trabalho residenciais”, exemplifica.

Em relação aos fatores de risco psicossociais relacionados ao trabalho, a especialista é taxativa. “Primeiro precisamos deixar claro que, algumas pessoas estão confundindo o termo ‘saúde mental’ e já pensando que precisamos categorizar os trabalhadores em pessoas bipolares, com burnout etc. Isso é assunto para psiquiatras e psicólogos e não é o foco na norma regulamentadora NR-1. Nós, ergonomistas e profissionais de SST, temos que pensar na Ergonomia organizacional, na qual teremos esta conexão de saúde mental, com foco nos fatores de stress no trabalho, nas seguintes categorias: demanda, controle, relacionamentos, cargo, mudança, apoio de chefias, apoio de colegas. Estes fatores são reconhecidos pela ISO 45003 e a NR-1”, pontua.

Ela reconhece, no entanto, que a conexão entre DORT e Fatores de Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho (FRPRT) é real e que, quando o tratamento não considera as questões físicas, cognitivas e organizacionais do posto de trabalho, trata apenas sintomas. Por exemplo, uma queixa de dor lombar sem a investigação da possível causa laboral, tende a caminhar para um número infinito de afastamentos, que poderão culminar com afastamentos por ansiedade, depressão etc, pois os FRPRT podem modular o risco ergonômico como mediadores ou potencializadores. “Os DORT não são apenas consequência de como adotamos certas posturas ao realizar as atividades, mas principalmente de como o trabalho é organizado e percebido pelo trabalhador”, observa.

Symone Miguez recomenda às empresas que compreendam a necessidade de profissionais da área de Ergonomia para que esses conceitos sejam transformados em parte da cultura organizacional por meio de um Programa de Ergonomia Contínuo, cujas ações estão alinhadas à política corporativa e à necessidade do trabalhador, a partir dos resultados das análises que identificarão possíveis fatores contributivos para DORT e mapearão os FRPRT com o uso, por exemplo, do questionário HSE-IT (Health and Safety Executive – Indicator Tool). “Cultura é algo que se semeia, rega e espera brotar e nas empresas não é diferente”, conclui.

 

Futuro da Ergonomia é inovador e inclusivo

Ricardo Turenko, diretor de Relações Internacionais
da Anamt – Foto: Anamt/Divulgação

O diretor de Relações Internacionais da Anamt, Ricardo Turenko avalia que o futuro da Ergonomia no Brasil está em curso. “Em abril de 2024 conquistamos o título “Ergonomista” na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), fruto do trabalho da Associação Brasileira de Ergonomia (Abergo), com apoio estratégico da Anamt, para fortalecer a parceria entre Ergonomia e medicina do trabalho”, frisa.

Ele informa que a Anamt desenvolve um trabalho que alinha a NR-17 com práticas modernas, e oferece canais de consultoria técnica que têm auxiliado ergonomistas e médicos a resolverem problemas do dia a dia. Entre as ferramentas usadas estão a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) e também softwares de simulação e a inteligência artificial (IA), que auxiliam na criação de ambientes de trabalho mais seguros e confortáveis. Os cursos são online, para facilitar o acesso.

“Estamos preparando o Brasil para a Indústria 5.0, onde sustentabilidade é a palavra-chave. A Anamt tem firmado parcerias com universidades e organizações globais para manter nossos profissionais na vanguarda”, completa Turenko.

Por outro lado, ressalta o médico, a Ergonomia também tem se tornado mais inclusiva, para atender as necessidades de pessoas com deficiência e também considera os fatores de risco psicossociais, como estresse, por exemplo.

0 FacebookWhatsappEmail

APOIO

A Revista CIPA & INCÊNDIO e o seu Portal de Notícias são publicações da Fiera Milano Brasil, dedicados aos setores de Segurança e Saúde do Trabalho (SST) e à Prevenção e Combate a Incêndios

CONTATO

Grupo Fiera Milano Brasil

Av. Angélica, 2491 – 20º andar
cjs 203/204 – CEP: 01227-200
São Paulo – Brasil

+55 (11) 5585.4355

+55 (11) 3159-1010

www.fieramilano.com.br

 

redacao@fieramilano.com.br

anuncio@fieramilano.com.br

 

NEWSLETTER

Copyright @2025  – Portal e Revista CIPA & INCÊNDIO

Site por: Código 1 TI

NEWSLETTER

Ao assinar a newsletter, você aceita receber comunicações do Grupo Fiera Milano Brasil e de seus parceiros, e concorda com os termos de uso e com a Política de Privacidade deste serviço.