Quando foi a última vez em que você se consultou com um médico do trabalho? E a sua empresa, conta com ele para orientação sobre SST, ergonomia ou mesmo na realização de exames periódicos dos times? Pois esse profissional pode ser um grande aliado em prol da jornada ocupacional segura, garantido que todos os procedimentos, mandatórios ou opcionais, possam ser realizados com êxito.
Um levantamento da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) aponta que esse médico é importante na promoção de saúde e segurança aos trabalhadores: apenas em junho deste ano, mais de 330 mil brasileiros maiores de 18 anos de idade solicitaram ao governo federal afastamento das atividades profissionais. Do total, 76% dos benefícios concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram motivados por doenças.
A especialidade é responsável por cuidar da saúde de mais de 56 milhões de pessoas que atuam no mercado de trabalho formal, informa a entidade. “Lesões por esforço repetitivo, dores lombares, doenças crônicas e, sobretudo, transtornos mentais e comportamentais lideram a lista de causas de pedidos de aposentadoria ou de afastamento temporário. Se o médico do trabalho contar com o suporte necessário para exercer seu papel, esse quadro será bem diferente”, salienta Francisco Cortes Fernandes, presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), durante fórum ocorrido no Conselho Federal de Medicina (CFM).
Aliados com apoio da informação e tecnologia
Rosylane Rocha, conselheira do CFM, destaca ainda que a especialidade pode se beneficiar das tecnologias presentes no momento, como a Inteligência Artificial (IA), especialmente no que se refere à prevenção de questões da saúde mental. “No entanto, é preciso fazer uma reflexão mais profunda. Entendo que para saber como as inovações da ciência e da tecnologia e desafios dos males do mundo contemporâneo vão realmente impactar nossa profissão é preciso ter um olhar mais amplo”, declara.
Falando em informação, a ANAMT disponibiliza um guia digital, destinado a sindicatos, público em geral, empresas e órgãos públicos, com orientações para um ambiente laboral mais saudável e seguro, destacando ainda a importância de encontros com os médicos do trabalho, não se restringido somente na admissão ou rescisão de contratos entre organização e funcionários.
Sobretudo, o médico do trabalho contribui na cultura preventiva, identificando sintomas junto ao trabalhador e orientando sobre como proceder. Na outra ponta, apoia as empresas a criarem ambientes e práticas saudáveis capazes de reduzir os riscos de adoecimento, frisa o relatório, replicado pela Agência Brasil.
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