Fator determinante segurança na jornada ocupacional, a promoção de políticas públicas e articulações sobre o trabalho digno encabeçam debates, rodas de conversa e discussões em instâncias como as jurídicas e acadêmicas, em especial quando transversa os impactos das condições de trabalho na saúde mental e os riscos psicossociais associados a situações degradantes ou análogas à escravidão.
O Foro Trabalhista de Chapecó (SC) sediou um evento sobre o tema agregando a saúde mental como norteadora, promovido pelos Sindicatos dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Chapecó (Siticom) e da Indústria da Construção e de Artefatos de Concreto Armado do Oeste (Sinduscom).
Os desdobramentos da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que torna mandatória a inclusão dos riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) foram um dos pontos tratados. “O cuidado com a saúde mental é parte essencial da promoção do trabalho digno”, salientou na ocasião”, frisou na oportunidade o ministro Breno Medeiros, do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Discussões envolvem desenvolvimento sustentável e certificação internacional
A sustentabilidade também foi tema em Teresina (PI) do II Seminário “Trabalho Digno: Um Impulso ao Desenvolvimento Sustentável”, uma reflexão sobre o papel do trabalho digno nessa construção, abordando assuntos que estão em voga: responsabilidade social corporativa, critérios ESG (ambiental, social e governança) e impactos da Inteligência Artificial (IA) nos mundos do trabalho.
Um dos destaques foi a discussão sobre o selo da Brücke Le Pont (BLP), também conhecido como Selo Internacional do Trabalho Digno, certificação concedida a projetos que promovem condições de trabalho dignas e o desenvolvimento sustentável, chancelada por um termo de cooperação bilateral entre Suíça e Brasil, baseada nos padrões da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A academia esteve presente, com as articulações feitas pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), por meio de seu Núcleo Integrado de Pesquisa em Administração e Multidisciplinaridade (NIPAM), e uma das parceiras com as organizações do evento e que integram o selo.
“Um dos propósitos é justamente a produção de conhecimento e o desenvolvimento de projetos voltados ao fortalecimento dessa cultura. E não há lugar melhor para isso do que a academia, reunindo pesquisadores para pensarmos juntos soluções e políticas públicas que melhorem a qualidade de vida do trabalhador e promovam ambientes de trabalho mais justos e sustentáveis”, comenta Rosa Lídia Morais, representante da BLP no Brasil.


